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Abrafesta prevê 1,6 milhões de casamentos em 2022

Oct 3, 2022 7:05 PM ET

Após um longo hiato por conta da pandemia de Covid-19, 2022 apresenta um cenário propício para os noivos brasileiros, que tiveram que adiar o momento da consagração do matrimônio. Para este ano, estimativas da Abrafesta (Associação Brasileira de Eventos) preveem a realização de 1,6 milhões de casamentos no país - um avanço de 45,4% com relação ao número médio de cerimônias que eram realizadas antes da pandemia, de 1,1 milhões eventos anuais.

De acordo com o Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Evento), 350 mil eventos foram cancelados somente em 2020, com a eclosão da crise sanitária, o que inclui festas e cerimônias de casamento.

Superada esta fase, um balanço realizado pela GetNinjas, ferramenta de contratação de serviços, revelou que a busca por profissionais como cerimonialistas, maquiadores e recepcionistas de eventos cresceu em 2022. Segundo a análise, a procura por motoristas aumentou 290%, ao passo que 97% dos maquiadores relataram o aumento de sua demanda e que recepcionistas e cerimonialistas ganharam 71% de atenção a mais dos noivos em 2022.

Juliana Gallo, vice-presidente de vendas para a América Latina da Casamentos.com.br - marketplace que oferece, aos casais, opções de fornecedores para serem contratados e auxiliar no casamento -, observa que, com a pandemia, milhares de casamentos foram adiados, o que afetou casais e empresas. No entanto, a alta do número de casamentos já era esperada para 2022, porque este foi o ano considerado o mais seguro por fornecedores e noivos para realizar os enlaces adiados desde o início da pandemia.

“A surpresa positiva é que não esperávamos que chegaríamos à marca de quase 600 mil casamentos já em agosto, antes mesmo do início da temporada de matrimônios no Brasil, que começa em setembro”, afirma.

Ela conta que, com base na experiência de países da Europa e da América do Norte, que vacinaram as populações contra o coronavírus Sars-Cov-2 antes que isso acontecesse no Brasil, é possível projetar um crescimento de 15% no número de celebrações no país. Na prática, isso significaria 1 milhão de casamentos este ano.

“A realidade nos mostrou que o Brasil tem o potencial de superar essa previsão devido à organização, tamanho e pujança do mercado nupcial brasileiro”, diz ela. 

Na perspectiva de Gallo, a digitalização crescente do setor de serviços no país impactou o mercado de casamentos. “Impressiona a conectividade dos brasileiros, mas a digitalização do setor nupcial não vem de agora. Observamos esta tendência no ‘Livro Imprescindível dos Casamentos: um estudo inédito do mercado nupcial brasileiro’”, articula.

A publicação a que a especialista se refere é resultado de entrevistas com mais de 4 mil empresas e 2 mil casais em 2019. “Os noivos brasileiros são bons pagadores e consumidores exigentes, gostam de comparar os fornecedores e têm a Internet como uma aliada para encontrar os profissionais do ‘grande dia’”, afirma.

A pesquisa, desenvolvida pela Casamentos.com.br com o apoio da escola de negócios ESADE, revelou que de nove a cada dez casais buscam referências para o casamento na web e mais da metade (55%) também busca fornecedores de forma digital.

“Isso não significa que a recomendação ‘boca a boca’ deixou de ser uma prática no país, mas que, atualmente, para se destacar em um mercado competitivo, é fundamental que as empresas e profissionais invistam em portfólios on-line e trabalhem para conseguir as melhores avaliações em sites especializados”, afirma Gallo.

Opiniões positivas são peça-chave para as empresas do setor

A vice-presidente de vendas para a América Latina da Casamentos.com.br ressalta que, embora os casais sejam geralmente "clientes de uma única vez", as suas opiniões ganham muita força e são ouvidas por outros casais que organizam o seu casamento em um panorama de era digital. “É muito importante que as empresas e profissionais do setor estejam atentos ao grau de satisfação do consumidor”. 

Exemplo disso, prossegue Gallo, 80% dos casais brasileiros revelaram confiar que os fornecedores sabem que estão ajudando a organizar o “melhor dia de suas vidas” e que não tentam tirar proveito disso. “Isso mostra uma relação saudável entre fornecedores e casais, mais do que se costuma repercutir”, pontua. “Com isso, empresas e profissionais devem continuar aportando credibilidade, mostrando-se flexíveis e se adaptando à oferta conforme a demanda”, afirma.

O estudo “Livro Imprescindível dos Casamentos” também mostra que metade das empresas nupciais já fazem pesquisas que medem o nível de satisfação dos clientes de forma sistemática e quantitativa.

“A outra metade ainda não tem essa constância, mas, nesse modelo de negócio, é uma boa ideia monitorar tendências para atender casais cada vez mais informados e exigentes e poder agir rápido em caso de imprevistos que se espalham feito pólvora na Internet”, avalia a especialista. 

“O setor amadureceu depois da pandemia, aprendeu a criar oportunidades em momentos de crise e está começando a ganhar o destaque que merece, devido ao que aporta de maneira importante à economia do país”, conclui Gallo.

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